segunda-feira, agosto 25, 2003

pois é ... o Pela Rua não ganhou nada (o que era esperado e justo - o filme é bom, mas não tão bom assim) e a Tula perdeu a Melhor Montagem pro Estevan (do Coração de Mãe - filme vaiado do Dennison - que eu não vi e logo não vou julgar) e pro Hique Montanari (do Mãe Monstro - da Cris Reque - que eu vi a acho que foi injusto ... a cena da escalada de pavor do casal falando sem calar a boca eu acho divertidíssima). Anyway ... festivais e premiações são assim mesmo.
Pelo menos o Tomás ganhou uns prêmios com o Pesadelo.
Ainda bem que eu não gastei meu rico dinheirinho pra ir pra lá ver isso.

derresto fica pruano quevêm.

segunda-feira, agosto 18, 2003

coisas ...

Enquanto meu ônibus tomava distância da feiúra modernosa da rótula da Terceira Perimetral, uma meia lua insistia no céu azul entre os cabos de alta tensão.

sexta-feira, agosto 15, 2003

comentem o artigo abaixo. quero opiniões

segunda-feira, agosto 11, 2003

A Cidade sob os pés
1 - Reencantamento

publicado originalmente na 359

É preciso parar de quando em quando. Isto é a coisa mais óbvia e clichê, tanto que inventaram um negócio chamado Férias. Férias. Provavelmente a parte mais importante da vida de alguém, salvo, talvez, daquele cara que primeiro partiu o átomo. Mas se me perguntarem o que ele fez depois de partir o átomo pela primeira vez, posso apostar que tirou férias. E quando se tira férias, quando se pára, em geral se busca um lugar diverso, belo, que proporcione algum tipo de prazer. É um processo de encantamento. Todo este narigão pra quê?

Desci a Marquês do Pombal desde o bairro Higienópolis em direção ao Moinhos de Vento. Buscava algumas evidências de que nossa capital/província ainda possui aquela tão elusiva vida de bairro. Segui olhando por entre os prédios novos as fachadas antigas, as paredes caiadas com venezianas de madeira. Elas estão lá. Quase perdidas. Ameaçadas. Mas lá.

Decidi desviar-me pela rua Auxiliadora, onde minha mãe se criou no sobrado modesto e branco de meus avós, com a Tana, minha bisavó, reclamando da vida até a morte no andar de baixo. Mas ele ainda está lá, sonho possível de um tempo em que a classe média era feliz e o sabia. Meu avô se mudou de lá para um apartamento na Koseritz, eu nasci na Carlos Gomes, quando ela era residencial e o latido dos cães irritava mais que a fumaça dos ônibus e as buzinas e a impossibilidade de atravessar a rua em qualquer lugar. Esta classe de novos-pobres que se formou na ditadura. E na nossa pobreza que parece ter passado do bolso ao espírito, esquecemos de nossos bairros, de nossas vizinhanças e do que esta cidade mais que pôr-do-sol tem a nos oferecer.

Saí da Rua Auxiliadora e dobrei a direita na 24 de Outubro. Ainda ia para o parque e seu moinho kitsch que algum lunático ainda há de desafiar para um duelo. E logo ali, pouco antes de chegar às ruínas do que um dia foi um supermercado, estava uma merceariazinha vendendo pão de cinqüenta gramas por vinte centavos. E estava fresquinho. Saí pela rua sorridente. Não precisou nem de manteiga. Quase que paro num café para pedir uma boa média. Achei melhor não abusar da sorte. Não por enquanto.