segunda-feira, março 31, 2003

peter estressado. peter com idéias boas de como se estressar mais. peter feliz porque arranjou jeito de se estressar mais.

sexta-feira, março 28, 2003

sábado, março 22, 2003

alguém me mandou um toque de celular com a melodia da "Teoria da Anjo Cruel" (Zankoko Shito Theory). Quem fez essa surpresa maravilhosa, por favor se manifeste.
:-)
e obrigado

terça-feira, março 18, 2003

yep, right. As if ...

Smirk
You're the smirk,a frown-smile hybrid that's a
little bit cocky and usually associated with
evil or arrogant,but attractive people.You
probably just don't give a damn,but it's
everyone else's fault if you don't because
you're too awesome to have any real faults.


What Kind of Smile are You?
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não morri, qualquer dia posto algo decente de novo

segunda-feira, março 10, 2003

FEV. 28 - Jean Dubuffet
Estes eu peguei da Mel ...
Prospero
You are Prospero from the Tempest! You care deeply
for people - yet sometimes your protective
nature can hurt you. You see beauty and magic
in nature.


a (real) shakespearean quiz
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hamlet
The role you were born to play is Hamlet. You have
an enigmatic thing about you. Some see it as
self-indulgent - but regardless you're smarter
than people give you credit for and you're
ready to take on the Bard!


what theatre role was i born to play?
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MAIS DO DIÁRIO - PARIS, FRANÇA

FEV. 25
George e Danielle chegaram ainda estávamos acordados. Demos uns presentinhos e tal e fomos dormir.

Hoje de manhã, o tempo foi ocupado com afazeres domésticos e em reatar as amizades. Almoçamos peixe e salada seguidos de muito café, morangos e chocolate. Depois o pai e eu fomos para Paris, pro "nosso" bairro, o Quartier Latin. Comemos um sorvete na Île de Saint Louis e depois ficamos caminhando por este micro-bairro tão especial. Já sei onde quero morar, esqueçam tudo o que eu falei antes. Seguimos a pé até Les Halle e, no meio de todas as lojas de discos da Madonna e artigos para Drag Queens, achei uma loja de jóias celtas. Me comprei um anel de prata. Já estou usando, as duas mãozinhas abraçando meu anular esquerdo e segurando o coração enorme apontado para mim, e a coroa, a coroa como uma segunda unha no meio do dedo. Magicamente todas as mulheres e homens pararam de olhar para mim. :-)

FEV. 26 - Saint Malô, terra de Corto Maltese
Esta cidade é provavelmente o paraíso medieval do quadrimaníaco. Houve um festival de Bande Desinée aqui e a coisa ficou pra sempre. Nosso hotel, na verdade uma Public House no mais irlandês dos sentidos, é um prédio com 800 anos, uma escada apertada, uns 3 apartamentos por andas (11 apts. ao todo), café da manhã cobrado separado e a recepcionista/caixa dividindo suas funções entre a hospedagem e o pub que ocupa o térreo e o subsolo. O pub serve Murphy's, (a 2a melhor cerveja preta da Irlanda, Guinness ainda é melhor) entre outras coisas. Eu tava lá quando chegou um casal de amigos da barwoman com o Accoustic Unledded do Jimi Page e Robert Plant. Pediram pra por, ela atendeu prontamente. Fiquei lá bebendo e tentando entender as conversas em francês (nada importante) até que o pai desceu para irmos jantar. Comemos um Potée Breton, um cozido de carnes de porco com legumes, bebendo uma pint de Guinness. YES! Mais celta que isto, só cruzando o Mar da Inglaterra até a Irlanda. Aliás, estamos numa Irish corner, além do nosso hotel têm mais dois Pubs aqui na frente. São 9 horas da noite, eu passei o dia caminhando e só consigo pensar em descer e gastar mais 5€20 em cerveja ... fazer chegar a um litro e meio. Mas acho que não, amanhã acordamos cedo para ir a Mont S. Michel, que eu sempre quis conhecer.

Só mais uma nota sobre o PUC do Hotel. O Corto Maltese está desenhado sobre as pedras centenárias da parede. "Nuff Said".

Fui beber mais. Descobri que o nome do gato é Mao. Tocava Janis Joplin.

FEV. 27
8:20 da manhã.
O pub onde servem o café está fechado. Não tem ninguém no hotel, se a gente quisesse dar um calote era bem fácil, pena que o lugar é tão simpático ... me deixa com ainda mais escrúpulos. A cama onde o pai dormiu tem uma mola quebrada e eu rolei na cama o tempo todo por causa do exagero de porco da noite anterior. Pelo ruído, a cidade é bem movimentada à noite e, se eu não fosse acordar cedo hoje, teria ficado pela rua. De manhã, as gaivotas é que caminham por estes caminhos velhos sem preocupações ou desafetos.

16:20 - TGV
Nos irritamos com o hotel e fomos para um restaurante perto do portão da cidade para tomar café. Foi carinho, 6€90 para o que parecia pouco, geléia, manteiga, um croissant, um pão, um copo de suco de laranja e uma xícara de café. Quase não consigo comer tudo.

Em S. Michel estava chovendo. Eu com casacão de lã e toda a nossa bagagem na mochila, talvez uns 15 quilos, fiquei das onze da manhã até o meio dia e trinta em pé, subindo escadas com degraus remontando ao século X, escorregadios e, alguns, cheios de limo. Raras vezes fui tão feliz sem uma mulher que me amasse do meu lado. Nem as centenas de turistas japoneses tirando fotos me incomodava. (Haviam duas japinhas que mal tocaram nas câmeras, agora sei a razão). No meio de toda a exploração, há alguns hotéis bem bacanas e com preços razoáveis, um dia, devo voltar acompanhado e permanecer algumas noites aqui, preferencialmente em épocas de maré alta. Queria ter ficado mais tempo, apesar da chuva, mas o ônibus de volta a S. Malô saía às 13 horas. Almoçamos um crepe salgado acompanhado de uma xícara de cidra. É incrível como estes pequenos prazeres podem deixar alguém tão realizado. Conheço pouco, muito pouco do interior da França, mas a Bretanha foi uma surpresa medieval feliz. O tipo de lugar que te faz querer ter cavalos.

17:55
Para quem não tem idéia do quanto o TGV é rápido, nós cruzamos uma tempestade enorme, dessas em que o dia vira noite, raios cruzam o céu e parece que o mundo vem abaixo.Não obstante mal ter dado tempo de comentar e perceber que estava chovendo, apenas uma gota conseguiu passar o deslocamento de ar e bater na minha janela. Agora ela já secou. São seis horas e nem vejo mais a cidade onde chovia ou as nuvens.

Jantamos muito e muito bem por 46€ na Rue de Montparnasse. Ah, pato, porco, purÊ de batatas e salada de camarão, bebendo vinho tinto num restaurante tão kitsch que era engraçado. E pensar que entramos ali porque chovia e era em frente a um buraco de metrô. Com a possibilidade de fazer conexões entre todas as linhas, qualquer estação é ao mesmo tempo meio caminho para casa e uma boa forma de fugir das chuvas.

Ah, uma coisa que esqueci de mencionar de S. Malô, a sociedade histórico naval da cidade resolveu reconstruir o último navio corsário do lugar (que se ergueu com grana pirata) do mesmo jeito que era em 1812, salvo os 4 canhões. Agora, grupos podem alugar o barco para passeios e viagens curtas. Quero fazer isto, fiquei curioso, nunca andei num veleiro de madeira.
testesinho antes do resto do diário
cute but psycho
you are the cute but psycho happy bunny. You
adorable, but a little out there. It's alright,
you might not have it all, but there are worse


which happy bunny are you?
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sexta-feira, março 07, 2003

Mais do diário ... mais alegrias e mais percalços


FEV. 19
No lugarzinho onde a gente toma o nosso cappuccino e brioche a €1,75 por cabeça tava tocando Aquarela, do Toquinho. O pai ficou reclamando que não gosta de tomar café da manhã corrento de pé. Eu disse para ele que ele só corre porque quer. Daqui a pouco vamos para a Universidade Bicocca onde tem uma certa Chiara Pozzi trabalhando numa pesquisa sobre o Forum Social Mundial.

Ah, o calor do nosso quarto é tão grande que estamos dormindo com a janela aberta para deixar o frio entrar.

in suburbia
Almoçamos na Universidade de Bicocca, que é pública e foi (ou melhor, está sendo) construída sobre uma velha fábrica da Pirelli. Antes passamos na estação de trem central para validar os Eurail Pass, tinha um terminal de iNet grátis mas o teclado não funcionava direito. Acabou com minha breve ilusão de que poderia postar e ler uns emails.

A chiara é bem bacana, esteve no Acampamento da Juventude em 2002, quase perguntei se ela tinha dado muito, mas achei que não era o momento.

Tirada da noite "Livro, que é isso, se come?", Dra. Susana Gastal.

Jantamos todos juntos, o pai, a referida doutora, a Norma Martini Moesch e sua filha mais nova Alessandra, num bistrô italiano maravilhoso especializado em comidas frias. Eu comi uma salada acompanhada de salmão cru e cozido chamada Alaska, pela bagatela de €13,00 (aqui eles escrevem assim 13€00 ... acho muito legal e melhor). No final mantivemos a média de €20,00 por cabeça. Depois resolvi ligar para o Brasil e fazer render os cartões que a embratur nos deu. Pena que só consegui falar com a mãe. Amanhã cedo vamos para Berna. Talvez eu ligue de novo e tire alguns de vcs da cama.

FEV. 20 - CAMBIO
Quando o despertador tocou às 6 da manhã, já estávamos acordados morgueando na cama. Arrumei as malas, que engordaram em dois pares de sapatos ... apesar de que um deles estava nos meus pés. Nos fomos, Krause pai e Krause filho para a Estação Centrale di Milano. Só que o Krause pai pede pro taxista nos levar pra "Terminale". "Onde?" perguntou o homem assustado. Só então nos lembramos que "Terminale" é só a estação de Roma (Sabe? "Todos os caminhos levam a Roma" e tal). O trem saiu pontualmente às 8:10 em direção à Berna, numa viagem de cinco horas por cima dos Alpes. A paisagem calma e nevada, o ruído ritmado do trem e o fato de não estar ouvindo os roncos do meu paifuncionaram maravilhas ... dormi como um anjinho a sonhar com o amor das musas gregas e com o brilho de grandes olhos de amêndoa.

Nota paralela: comida de trem sempre foi cara, mas 330 ml de água no lado suiço da fronteira custam absurdos 12 reais.

O pai e eu fomos de primeira classe, graças ao Eurail Pass, enquanto a Norma, a Susana e a alessandra foram de segunda. A diferença de qualidade não vale a diferença de preço, diferentemente do que ocorre com as passagens aéreas.

Chegamos a Berna, fizemos o check-in em nossos respectivos hotéis e fomos a Muri visitar o Krippendorf, acamado com câncer terminal no intestino. Quem viu a teleconferência do cara no FSM sabe a falta que ele vai fazer. Voltamos meio chumbados, mas os humores foram-se elevando rapidinho. Jantamos num restaurante tradicional, depois que a mulherada foi para o hotel, o pai e eu ficamos perambulando e, finalmente, saí sozinho procurando uma festa. Achei várias, mas decidi voltar pro hotel e ler os emails de amor que recebi (foram poucos) ... mas o suficiente para que eu durma esta noite feliz e sossegado.

A cidade é linda, amanhã vou explorá-la melhor. Já vou adiantando que poderia morar aqui sem problemas.

FEV. 21
Acabei de chegar da janta. O pai está na recepção lendo emails, eu subi pra ligar pra Porto Alegre mas dei de cara com a porta. Comemos num restaurante turco, o Maktub na Markthausse (acho que se escreve assim). Foi excelente, galinha, ovelha e "hamburger de ovelha" com arroz apimentado e molho de iogurte. Quase morri comendo. Antes nós passamos muitas horas andando quase sem rumo. Fomos à catedral e à prefeitura, entramos num supermercado, essas coisas. Berna é uma dessas cidades em que o melhor a fazer é nada. É cheia de recantos onde os casais podem se beijar durante o dia e os viciados fumar crack ou tomar heroína à noite. Mas essas contradições aparentes têm sua beleza ao tornar a cidade num lugar real e vivo, não apenas uma grande peça medieval de museu ao ar livre.

Comprei um presente hoje e a gerente do departamento era do interior paulista ... foi engraçado. O mulherio embarcou de volta pra Milão às 3 da tarde e o pai e eu tivemos o resto da tarde para rir da vida. Amanhã embarcamos para Genebra assim que acordarmos. Daqui a pouco ligo para o Brasil de novo.

Ah, esqueci, uma loja estava distribuindo maçãs grátis para os turistas ... na calçada, uma caixa dizendo "Take One" ... e estava deliciosa e doce. ... e não estava envenenada, continuo aqui.

FEV. 22
Saímos ).47 de Berna e chegamos 11:30 em Genebra. Até aí, tudo bem, então se descobriu que não tem lugar pra Paris até segunda-feira. Isso fodeu com o humor do meu pai e vai fazer um rombo nas nossas finanças. A Suiça é o lugar mais caro do Europa e Genebra, o mais caro da Suíça. Caminhamos pela margem do lago e do rio ... impressionante como a água é limpa, dá pra ver o fundo. Mesmo assim, o humor do pai só melhorou à noite.

Vimos o Quinteto de Thomas Silvestri com o excelente Michael Gassman no trumpete. Pelo menos o Jazz é bom e no preço.

FEV. 23
Porvavelmente vamos trocar de hotel. Temos uma noite paga do Brasil, a US$60,00, um preço justo por este quarto, mas a diária de balcão deste hotel são absurdos 380 Francos Suiços, algo como US$300,00. Juuuuuura.
...
O café da manhã é muito, muuuito bom. Este acabou sendo o fator decisivo em querermos ficar neste hotel. Isto e a diária de 170CHF00, creio que devido a ser fim de semana. De qualquer maneira, amanhã vamos ver se eles nos dão desconto de agente de viagem e descolamos a nossa tarifa de US$60,00 da primeira noite.

A Promenade do Lago Genebra fica lotada aos domingos com sol. Como o pai bem observou, há um jeito de se aproveitar o sol que só quem tem inverno frio consegue compreender. (A europa é o maior mercado mundial de conversíveis ... e a Inglaterra o maior da europa, por exemplo). O sol se põe sobre a cidade e a luz reflete no fundo do leito translúcido do rio. Casais abraçados de todos os sexos (vcs entendem o q eu quero dizer) e todas as idades, com e sem filhos, lagarteiam tomando chá ou café, alimentando os cisnes ou fumando maconha com uma naturalidade típica das margens acobreadas do Guaíba. É fato, lagos possuem uma característica calmante que o mar, com seus barlhos, não consegue me proporcionar. De quebra, um casal alemão (ou mais provavelmente austríaco) resolveu dar uma volta no farol (o que é proibido) e acabou andando no meio da água gelada. É claro que é uma coisa idiota para se escrever, mas, vendo os jeans enxarcados da mulher e quase ser acertado pelos coturnos que ela jogou sobre a passarela fez a mim e a duas italianas rir por uma boa meia hora. Ainda agora sorrio lembrando.

O pai reclama que com a bruma não se vê os alpes ou a França na outra margem, o que ele não percebe é a beleza leve de se ter um horizonte nulo, onde lago e céu se fundem fora da perspectiva, como fariam numa pintura impressionista.Entre a bruma e o céu sem nuvens, o mundo parece um lugar muito mais leve. E eu, e tu, flutuamos sem tempo ou espaço.

Jantamos um fondue com ervas e raclete acompanhados de um vin locale muito bom. Ainda assim não me acostumei com a mania suiça de colocar tampa de rosca nas garrafas de vinho. Deve ser coisa do PV pra poupar a cortiça. Mas, vai entender este povo que se nega a aceitar o Euro como moeda oficial ... Eles gostam mesmo de ser uma ilha em terra firme.

FEV. 24 - TGV, 19:05
Enquanto o trem acelera até os 300km/h e a luz não me deixa dormir, escrevo. Mais uma hora e quinze e chegamos a Paris. Descobri que a empresa em que meu primo trabalha fabrica as janelas deste vagão.

Como o horário de partida do nosso trem era 16:44, decidimos tomar um café lento e, por sugestão minha, ir para o outro lado do nosso hotel, para longe da cidade antiga. Acabamos no Jardim Botânico de Genebra, onde também fica o Museu de História da Ciência e o Memorial da Cruz Vermelha. Caminhar num parque à beira de um lago cheio de cisnes e marrecos é bonito, mas não há muito o que dizer. Depois comemos num restaurante italiano, pasmem, bife mal-passado, apimentado e muito bom.

AM V8 Volante
No caminho de volta do Jardim Botânico passamos por uma loja de carros antigos. Entre um Porsche Turbo novo e um Jaguar XJS dos anos 90, estavam 3 Jags XK (um 120, um 140 e um 150) e ainda um sedã Mark VIII, um Rover 3Litre, uma Ferrari 250, um 356B Coupé, um Bentley e, lindo e impecável, um Aston Martin V8 Volante da década de 1970. Chato é tentar fazer o pai compreender a beleza de cada uma dessas máquinas que ele não consegue ver como nada além de bens de consumo e de status. Até são, mas o verdadeiro aficcionado não pensa assim.

Têm vezes que eu me impressiono com a minha própria falta de noção. Fui comprar uma água e acabei cortando uma guria à la Adriano só porque ela se impressionou que eu fosse brasileiro. Como se eu tivesse cara de brasileiro pra começar ... Depois fico aqui me lamentando pq a guria tinha cara de ser parceira (claro que a fidelidade de ninguém esteve em risco ... óbvio, não estou falando deste tipo de parceria) e de conhecer uns lugares pra fazer festa, quando voltar, vou reto pra noite.

O pai tá aqui do meu lado bochinchando sobre como ir pra Danielle...

nous arrivont
Na excitação da chegada, o pai esqueceu de pegar a chave do apartamento com a Danielle. Na excitação da chegada, a Danielle guardou a chave de novo dentro da bolsa. Telefonema daqui e dali, voltam George e Danielle à estação para nos entregar as chaves. Não tenho idéia do quão atrasados eles chegaram na festa de casamento que têm pra ir. O taxista, um imigrante oriental, se perdeu em Boulogne, se negou a pedir ajuda pra alguém na rua e ficamos horas dando caríssimas voltas até encontrar a maldita Rue de Paris. No final deu tudo certo, enchemos o rabo de queijo e pão, separamos roupas para levar na lavanderia e estamos esperando eles voltarem da festa para conversarmos um pouco. Eu estou podre de sono e, por mim, já estaria dormindo. Amo esta cidade como um segundo lar, mas existem certas coisas do Brasil que ultimamente só vejo em sonhos e quero a companhia delas agora ...

O pai também cansou. Ótimo, vamos dormir.

terça-feira, março 04, 2003

Une bonheur ... com alguns percalços


FEV. 16
Agora é dez pra uma da tarde e olho o saguão impessoal do Aeroporto de Guarulhos. O pai está fazendo uma massagemenquanto eu me lamento de não ter comprado um cartão telefônico pra ligar pra alguém em Porto Alegre. Falta uma hora para o embarque no vôo pra Milão via Frankfurt da Lufthansa. Eu estou podre mas resisto à idéia de dormir pois sei que a exaustão é minha única esperança de um sono tranquilo. Estou escrevendo à mão na agenda escandalosa da Ambassade Française, resisti bravamente à tentação de trazer o Titanium comigo e me dói um pouco saber que a mãe só vai usá-lo pra jogar paciência. Anyways, quero ver se compro uma camera digital e posto algumas fotos ao longo dos dias ... mas as que têm aqui no Free Shop de Sampa são caras e ruins. O pai tá ganhando (pagando) uma massagem enquanto me divido entre a excitação da viagem e a dorzita de deixar meus entes queridos. Pode ser que seja a canseira, ou o fato de que acordei mais de 26 horas atrás, ou mesmo o gosto de mulher que ainda está na minha língua desde muy cedo esta manhã e que se recusa a sair da memória mesmo depois dos muitos cafés, sabores, comidas que se sucederam desde então. Mas a única pessoa que apareceu no Aeroporto Salgado Filho hoje de manhã foi a Vivi, ponto pra ela ... :-P pra todos vcs outros.

Eu sei que escrevo tanto para não apagar. Mas também tenho que pensar em como encontrar o Xarro se for pra gente fazer algumas festas juntos.


FEV. 17 - arrivatto
O avião da Lufthansa pousou germanicamente no horário previsto. Mais de onze horas e meia de viagem e eu mal preguei o olho graças a uma TV "grande irmão" que nunca foi desligada. No vôo passou The Banger Sisters e Casamento Grego. (Momento ironia em honra a Casamento Grego que só eu vou entender e é assim que deve ficar).

No Brasil agora é 2h30 da madrugada, a maioria de vcs deve estar postando ou dormindo. Eu espero meu vôo de conexão pra Milão no Mix de granito, aço e vidro de corredor e saguão, que é o suposto lounge do portão A30 do Aeroporto de Frankfurt,. Ficou, claro, um pouco menos frio do que eu lembrava, mas, claro, naquela época, a Alemanha ainda era duas e o tal de muro nem sonhava em cair. Bah, isso já faz vinte anos, o Bowie mal tinha rugas e o U2 estava longe de ser chamado "the hottest ticket in rock".

Sobre o vôo FRA-Milão, que posso dizer? Sobrevoar os Alpes ao amanhecer é percorrer uma paisagem com algo de mágico e emocionante.

Era dez e meia quando aportamos no hotel mas nosso quarto não estava pronto. Mesmo podres e exaustos, fomos caminhar. 11:30, deitamos e dormimos o que não havíamos dormido em vinte e tantas horas. Acordamos quase cinco e fomos conhecer o Duomo. Mais uma catedral gótica, não me fez muita diferença, essas coisas não me emocionam mais. Jantamos num lugar chamado Vechia Napoli uma pizza como todas as pizzas deveriam ser.

FEV. 18

Hoje pela manhã, despertamos por volta das 8, tomamos café na cafeteria da esquina, cappuccios e brioches, depois fomos de metrô pra feira. No estande do RS, um cara de Santa Catarina e um de uma rede hoteleira bahiana. Uma vergonha pras nossas autoridades locais (estado e município) que não enviaram ninguém pra cá. Ficamos com o estande pra nós, ou melhor, pro pai. Fui perambular e arrecadar informações sobre países que os brasileiros não costumam visitar. Comi sushi de baleia com os islandeses (calma Vivi) ... e gostei (CALMA VIVI!), mas é forte e enjoativo e acabei tendo que empurrar com dois coposde uma aguardente deles. Depois fui conversar com os irlandeses e minha vontade de conhecer a ilhota em forma de urso de pelúcia só aumentou. O único stand europeu com gente tão legal quanto os latinoamericanos. E lá fui eu tomar um copo de Murphy's Stout do mini-pub q os malucos montaram lá. Chopp, não garrafa. Pués que, entre la birra de los irlandeses y el ron añejo de los cubanos, casi que me quedo borracho. Saímos pelas 3:30 da tarde (eu só bebendo, indo de Cuba pra Irlanda e disfarçando a fome com platanos fritos da Rep. Dominicana). Paramos no Duomo e comemos num restaurante da Galleria chamado ... Galleria. A comida tava ótima, mas comeu 20 euros por cabeça num piato executivo de arroz com azafrán e peito de frango grelhado. Viemos pro hotel trocar de roupa e apagamos, hehe.

Jantamos no quarto do hotel. Passamos num supermercado e compramos prosciutto, queijo, salame e aqueles plic-plac gigantes daqui da Itália. Tb trouxemos uma garrafa de Stella Artois que gelou na janela. Foi divertido caminhar pelo bairro, depois que acordamos pelas 7 e meia. Dormir tantas vezes por dia está me deixando confuso com as datas.

Resumo do resumo: tomei tanto ron cubando que quase liguei pro Brasil, mas o orelhão que aceitava o cartão que a Embratur me deu, adivinha, não funcionava.